6 de novembro de 2012

Mais sobre Sergipe: Alguns de seus ilustres escritores


Foi em um desses dias em que eu paro para pensar sobre o que irei publicar no blog, que me veio em mente publicar algo relacionado à Sergipe, meu estado querido. Mesmo que Sergipe não possua um amplo incentivo a leitura, mas sempre há nós queridas pessoas de várias fachas etárias apaixonados pela leitura. Foi então que resolvi pesquisar sobre alguns escritores sergipanos. No entanto, eu ainda não li nenhuma obra dos autores que irei expor para vocês, mas estarei pesquisando mais sobre as suas obras e quem sabe não surge uma resenha sobre algum livro desses autores que irei citar por aqui. Então, vamos lá!

"Escritor: não somente uma certa maneira especial de ver as coisas, senão também uma impossibilidade de as ver de qualquer outra maneira." (Carlos Drummond de Andrade)


Sílvio Romero

Sílvio Romero cursou a Faculdade de Direito do Recife, entre 1868 e 1873, diplomando-se em 1873, sendo contemporâneo de Tobias Barreto. Na década colaborou, como crítico literário, em vários periódicos pernambucanos e cariocas. Em 1875, foi eleito deputado provincial por Estância, em Sergipe. Radicou-se no Rio de Janeiro onde alcançou notoriedade, especialmente como crítico literário. Em 1878, Sílvio Romero publicou seus dois primeiros livros, A Filosofia no Brasil e Cantos do Fim do Século, seu primeiro livro de poesia. O primeiro deles tinha a intenção de questionar o meio acadêmico e intelectual do Rio de Janeiro, assim como de exaltar as qualidades de Tobias Barreto, seu mestre e conterrâneo. Nessa obra critica com veemência as correntes de filosofia no país, em especial o espiritualismo e o positivismo.

No Rio de Janeiro, lecionou filosofia no Colégio Pedro II entre 1881 e 1910. Estava entre os intelectuais que fundaram a Academia Brasileira de Letras, em 1897. Polemista agressivo e ativo, contribuiu de modo significativo para que a Escola do Recife - denominação que lhe deve ser atribuída - viesse a ser conhecida em todo o país.

Em 1882 publicou a Introdução à História da Literatura Brasileira, hoje em edição de cinco volumes. Com o livro Últimos Harpejos, em 1883, sua carreira de poeta se encerra. Como resultado de pesquisas sobre o folclore brasileiro escreveu O elemento popular na literatura do Brasil e Cantos populares do Brasil, tendo realizado para este, em 1883, uma viagem para Lisboa a fim de publicá-lo. Em 1888, houve a publicação da História da Literatura Brasileira em 2 volumes.

Em 1891 produziu artigos sobre ensino para o jornal carioca Diário de Notícias, dirigido por Rui Barbosa. No mesmo ano, foi nomeado membro do Conselho de Instrução Superior por Benjamim Constant.
Foi um dos primeiros pensadores a se interessar por Antônio Conselheiro, o qual via como missionário vulgar que agregara em torno de si fanáticos depredadores. Seu amigo Euclides da Cunha, tendo sido enviado para Canudos, foi responsável pelo esclarecimento dos fatos ainda nebulosos para muitos intelectuais da época.

Entre 1900 e 1902 foi deputado federal pelo Partido Republicano, trabalhando na comissão encarregada de rever o Código Civil na função de relator-geral.
Entre 1911 e 1912 residiu em Juiz de Fora, participando da vida intelectual da cidade, publicando poemas e outros escritos nos jornais locais, prefaciando livros, ministrando aulas no ensino superior e proferindo discursos.

Bibliografia:

Filosofia, política e sociologia

  • A filosofia no Brasil: ensaio crítico. Porto Alegre: Tipografia de Deutsche Zeitung, 1878. 192 p.
  • Interpretação filosófica na evolução dos fatos históricos. Rio de Janeiro, 1880. (Tese de concurso à cadeira de Filosofia do Colégio Pedro II).
  • Ensaios de philosophia do direito. Recife: Companhia Impressora, 1885. 307 p.
  • Ensaios de philosophia do direito. Apêndice Gumercindo Bessa. Rio de Janeiro: Cunha e Irmãos Editores, 1895. 264 p.
  • Ensaios de philosophia do direito. 2. ed. Rio de Janeiro: Livraria Francisco Alves, 1908. 320 p.
  • Ensaios de filosofia do direito. São Paulo. Landy Livraria Editora. 2001. 179 p.
  • A filosofia e o ensino secundário. Rio de Janeiro, 1885. (Opúsculo).
  • Doutrina contra doutrina; o evolucionismo e o positivismo no Brasil. Rio de Janeiro: Editor J. B. Nunes, 1894.
  • Doutrina contra doutrina; o evolucionismo e o positivismo no Brasil. 2. ed. melhorada. Rio de Janeiro: Livraria Clássica de Alves & Cia, 1895. 293 p.
  • Obra filosófica. Introdução e seleção Luís Washington Vita. Rio de Janeiro: [[Livraria José Olympio Editora, 1969. 701 p. (Documentos brasileiros, 139).
  • Ensaios de crítica parlamentar. Rio de Janeiro: Moreira Máximo & Cia. 1883. 186 p.
  • As formas principaes da organização republicana. Rio de Janeiro, 1888. (Opúsculo).  

       Outras obras do autor: http://pt.wikipedia.org/wiki/Silvio_Romero


Tobias Barreto

Tobias Barreto de Meneses (Vila de Campos do Rio Real, 7 de junho de 1839  Sergipe, 26 de junho de 1889) foi um filósofo, poeta, crítico e jurista brasileiro e fervoroso integrante da Escola do Recife, um movimento filosófico de grande força calcado no monismo e evolucionismo europeu. Foi o fundador do condoreirismo brasileiro e patrono da cadeira 38 da Academia Brasileira de Letras.

Aprendeu as primeiras letras com o professor Manuel Joaquim de Oliveira Campos. Estudou latim com o padre Domingos Quirino, dedicando-se com tal aproveitamento que, em breve, iria ensinar a matéria em Itabaiana, onde também se dedicou à música, sendo cantor e flautista da Filarmônica Nossa Senhora da Conceição (nome atual).

Em 1861 seguiu para a Bahia com a intenção de frequentar um seminário, mas, sem vocação firme, desistiu de imediato. Sem ter prestado exames preparatórios voltou à sua vila donde sairá com destino a Pernambuco. Em 1854 e 1865 o jovem Tobias, para sobreviver, deu aulas particulares de diversas matérias. Na ocasião prestou concurso para a cadeira de latim no Ginásio Pernambucano, sem conseguir, contudo, a desejada nomeação.

Em 1867 disputou a vaga de Filosofia no referido estabelecimento. Venceu o prélio em primeiro lugar, mas é preterido mais uma vez por outro candidato.

Para ocupar o tempo entrega-se com afinco à leitura dos evolucionistas estrangeiros, sobretudo o alemão Ernest Haeckel que se tornaria um dos mais famosos cientistas da época com seus livros "Os Enigmas do Universo" e "As Maravilhas da Vida".No campo das produções poéticas passou Tobias a competir com o poeta baiano Antônio de Castro Alves, a quem superava, contudo, no lastro cultural.


O fato de ser mestiço prejudicou-lhe a vida amorosa numa época cheia de preconceitos, conforme testemunho de Sílvio Romero. Na oratória Tobias se revelava um mestre, qualquer que fosse o tema escolhido para debate. O estudo da Filosofia empolgava o sergipano que nos jornais universitários publicou "Tomás de Aquino", "Teologia e Teodicéia não são ciências", "Jules Simon", etc.

Bibliografia:
Filosofia


Suas obras completas publicadas pelo Instituto Nacional do Livro:
  • Ensaios e estudos de filosofia e crítica (1875)
  • Brasilien, wie es ist (1876)
  • Ensaio de pré-história da literatura alemã, Filosofia e crítica, Estudos alemães (1879)
  • Dias e Noites (1881)
  • Menores e loucos (1884)
  • Discursos (1887)
  • Polêmicas (1901)
  • Poesia
  • Que Mimo (1874)
  • O Gênio da Humanidade (1866)
  • A Escravidão (1868)
  • Amar (1866)
  • Glosa (1864)


Caso se interessem em saber sobre mais outros autores sergipanos, acessem o site: http://www.wagnerlemos.com.br/autores.htm
 




9 comentários:

  1. também moro em Sergipe haha! mas nunca li nenhum livro de nenhum autor Sergipano. D:
    Abraço,
    Luciano Andrade.
    Terceira Página

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  2. Olá,td bem?
    Sou Sergipana com muito orgulho!
    Mas,infelizmente ainda não li nenhuma obra de autor Sergipano.Sempre apoio e insentivo a leitura sempre.
    Bjoks;D

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  3. Nossa, que legal.
    Amei seu post, de verdade.
    É tão importante valorizar a nossa cultura.
    Eu sou carioca, mas adorei haha
    Beijinhos,
    http://fulanaleitora.blogspot.com.br

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  4. Legal valorizar escritores regionais!
    Beijos

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  5. Conhecia ambos por nome, mas não sabia que eram escritores. Gostei muito do post!

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  6. Que bacana esta iniciativa. Muito interessante. Voltarei aqui para ler com calma. Amo temas assim =)
    Um abraço. te sigo para não perder os próximos capítulos! ;)

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  7. Oi!
    Você é meu vizinho. rs
    Sobre o post, achei bem bacana a ideia. Algumas vezes também fico me perguntando sobre o que postar. (:
    Abraço!

    "Palavras ao Vento..."
    www.leandro-de-lira.com

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  8. Postagem maravilhosa, Naty. É sempre bom partilhar com outros o conhecimento e a cultura existente em nosso estado. Sergipe pode ser pequeno, mas tem muita história e coisa bacana para ser mostrada. ^^

    Um abraço!
    http://universoliterario.blogspot.com.br

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  9. Olá, tudo bem?

    Vi o link do seu blog em outro blog e resolvi visitá-lo! E simplesmente adorei!

    Parabéns, suas postagens são muito bem escritas e tudo bem organizadinho por aqui!

    E parece que Sergipe tem ótimos escritores, né?

    Já estou te seguindo, pode me seguir de volta? Estou te esperando lá no meu blog:

    http://raiseyourheadandread.blogspot.com/

    Beijos!

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