29 de agosto de 2013

[E aí, como foi o filme?!] Flores Raras

Baseado em uma história real, ‘Flores Raras’ tem um enredo ousado e, sem dúvidas, é um marco do cinema nacional. O filme de Bruno Barreto, além de inovar ao colocar um filme brasileiro todo – ou quase – legendado, traz uma fotografia muito boa e um elenco que faz jus a grandiosidade da história de amor vivida entre a arquiteta Lota (Glória Pires) e a poetisa norte-americana Elizabeth Bishop (Miranda Otto).


É um drama exaustivamente emocionante. O roteiro é impecável e as atuações incríveis. O filme, que traz como foco um relacionamento homossexual entre duas mulheres, é perfeitamente arquitetado e deixa no espectador a sensação de dever cumprido; uma história bela, desenvolvida lenta e dramaticamente e que traz momentos de reflexão, além de uma crítica social aguçadíssima – uma história passada em meados dos anos 50/60, que parece mais atual do que nunca.

Lota (Glória Pires) é uma arquiteta famosa que mantém um ‘relacionamento’ com Mary (Tracy Middendorf). A vida daquela mulher estaria prestes a mudar quando hospeda em sua casa a poetisa norte-americana Elizabeth Bishop (Mirando Otto), que vem ao Brasil em busca de uma autodescoberta.  Duas pessoas totalmente opostas que acabam sendo unidas por um sentimento avassalador que parece tomar conta dos seus corações. A arquiteta, uma mulher rústica. é totalmente contrastante com a sensível e desconfiada poetisa. O que poderia sair disso? Uma das histórias de amor mais reais e belas que já me foram apresentadas.



Do começo – meio tímido e retraído – até o amor compartilhado, as trocas de confidencias e os momentos de prazer, o que o filme passa em veracidade é notavelmente emocionante para quem o assiste. A entrega do elenco, a musicalidade, e o cenário encantador do Rio de Janeiro, em uma época onde a bossa nova eclodia no Brasil e o relacionamento homossexual era visto com maus olhos, é algo real e perceptível ao longo das quase duas horas de filme.

O destaque, sem dúvidas, fica com a atuação de Glória Pires. A atriz conhecida no cinema pelos papéis significativos em ‘Se eu fosse você 1 e 2’, e na televisão em ‘Vale Tudo’, ‘Mulheres de Areia’ – entre outros – se reinventou e mostrou que pode encarar qualquer papel que lhe for designado. A entrega à personagem é algo incrivelmente forte e a forma como ela encarou um papel que porventura poderia ser considerado ‘polêmico’, é algo realmente incrível. Acho que ela quebrou todas as barreiras e fez de Lota, uma personagem inesquecível.


O filme tem um ritmo lento, com pausas dramáticas e uma evolução perceptível de seus personagens. Após um começo conturbado, a história de amor vivida entre Lota e Elizabeth, ganha proporções inimagináveis e cenas encantadoras. A desconfiada e depressiva Elizabeth, parece encontrar na outra o que lhe faltava: inspiração e amor próprio; enquanto a arquiteta encontra uma companheira que pode confiar e compartilhar seus problemas.

Mas como toda boa e dramática história, as dificuldades surgem, e ambas aprendem que o que parece fácil nem sempre é, e que para se amar alguém – independentemente de toda e qualquer limitação – é preciso enfrentar barreiras e quebrar paradigmas – principalmente em uma sociedade que não consegue aceitar esse tipo de relacionamento.

E é isso que torna a história tão sutil: o lado bom e ruim das coisas; o fato de uma estar disposta a mudar a vida para adaptar-se a outra; a singularidade das cenas; a particularidades de como todo o elenco parecia estar totalmente confortável com tudo que nos é passado.


Não pude deixar de comparar Elizabeth Bishop com Clarice Lispector. Ambas foram/são poetisas famosas - embora, antes de ver o filme, eu não tenha conhecido o trabalho da primeira – e que parecem ter um traço de personalidade muito parecido. Miranda Otto, que dá vida a Elizabeth e tem como um dos trabalhos mais notáveis, sua atuação no filme ‘O Senhor dos Anéis: As Duas Torres’ consegue passar a emoção e o ar reflexivo que parece acompanhar a trajetória da poetisa. Assim como Glória Pires, a atriz consegue entregar-se total e inteiramente, passando-nos todas as angústias, frustrações, medos e alegrias, dessa personagem forte e intrigante.

Flores Raras é um filme belíssimo. Embora não tenha momentos de clímax, acho que é um dos melhores dramas já produzidos. É impossível não se entregar e se emocionar com a história – principalmente por ser baseada em uma real.
Dramático, emocionante e sensivelmente ímpar, esse é um filme que os amantes de cinema não podem deixar de ver.

Bom Filme!!!

25 de agosto de 2013

[Resenha] Em Busca de um Final Feliz, de Katherine Boo, por Mikaelle Santana

 [...] Está passando rápido e você pensa que vai perdê-lo, mas então você diz: “espere, talvez eu não vá perdê-lo, só tenho que correr mais rápido do que eu já corria antes”. Só que agora estamos todos cansados e humilhados; portanto quão rápido podemos realmente correr? [...]

Em Busca de um Final Feliz foi escrito por Katherine Boo nos mostra a realidade dos indianos menos favorecidos que residem em Annawadi, uma favela a margem do Aeroporto Internacional de Mumbai e de grandes e luxuosos hotéis.

Katherine trata de assuntos críticos – pobreza, corrupção, desvio do dinheiro publico – e nos mostra que essa realidade, em parte, não é diferente da nossa. O livro relata a vida de Abdul, Asha, Manju e outros habitantes da favela; vidas diferentes, porém, com o mesmo objetivo: torna-se da classe média e consequentemente terem melhores condições de vida.

Abdul é um jovem sem estudos e honesto, que sustenta seus pais e irmãos como catador de lixo. Sua família era mulçumana e de baixa casta; foram tentar em Mumbai possuir melhores condições de vida, encontrando apenas o comercio do lixo como fonte de renda. Abdul, seu pai e sua irmã são acusados injustamente por Fátima Perna Só de agressão. Tais personagens são presos e conhecem de perto a corrupção na justiça indiana. Com a prisão de Abdul, sua família tem dificuldades para garantir o sustento e são pressionados pela policia para pagar propinas. Será que Abdul vai ser condenado por um crime que não cometeu?

Asha é uma mulher casada e com três filhos. A mulher mais bem sucedida da favela, ela ganhava dinheiro aliando-se a partidos políticos no desvio de dinheiro e corrupção. Asha pretendia casar sua filha com um homem rico, portanto, bancava a faculdade de Manju e investia nela todos os seus bens. Muitos segredos serão revelados sobre, mas quais serão eles? Que fim terá esse envolvimento de Asha com a corrupção?

Manju, filha de Asha, era bonita e a única pessoa a concluir o nível superior de Annawadi. Manju era simples e tinha bom coração e dava aulas às crianças da favela e não aceitava as propostas de casamento que sua mãe lhe propunha. A juvem buscava apenas ter uma melhor condição de vida, diferente de sua mãe que era mais ambiciosa.

Ela constrói uma amizade proibida com Muna, mas sua amiga tem um fim trágico, assim como a maioria dos jovens indianos que vivem na miséria. Muitas confusões rodeiam Annawadi, muitas vidas são relatadas, a cada história relatada, Katherine, trata de nos dar uma lição de vida diferente e útil.

Katherine Boo toca no clímax da emoção, do humor e da realidade. Em Busca de um Final Feliz nos faz ver as pessoas com outros olhos, nos mostra o lado oculto da vida real e do dia-a-dia. Esse livro me manteve mais ávida a todo instante, instigou-me a virar cada página com mais afinco e curiosidade. Gostei muito! Recomendo (; 

[...] Você tenta pegá-lo, mesmo quando você sabe que não vai alcançá-lo, quando talvez fosse melhor deixá-lo ir embora... [...]





21 de agosto de 2013

Persons of Literature



A coluna Persons of Literature ficou sem ser publicada por cerca de dois ou três meses ou até mais se não estou enganada, mas ela está de volta. \õ. Este mês resolvi falar sobre algumas personagens que estavam presentes nas minhas leituras de recesso (férias do meio do ano).


O primeiro personagem literário que vou falar é Emily Wilson, ela é um dos personagens do livro As Violetas de Março, da Sarah Jio.



Estamos diante de uma autora Best seller que ficou reconhecida pelo seu livro Chamando por Ali Larson. Emily acaba por passar por uma separação e vai para a ilha de Braingind Island para a casa de sua tia Bee para tentar esquecer tudo o que aconteceu com ela. Ela é uma personagem forte e ao mesmo tempo frágil, uma bela mulher.




 Já o segundo personagem busquei também citar uma mulher que me impressionou e emocionou bastante.


Mariam é um dos personagens principais do livro A Cidade do Sol, tal enredo nos mostra a vida de Mariam e Laila. Mariam tem uma vida sofrida desde que nasceu sendo bastarda e morando no Afeganistão isso a faz sofrer ainda mais, pois ela acaba sofrendo com um imenso preconceito. Ela faz parte daqueles personagens que comovem e ao mesmo tempo ensinam a nós uma nova forma de lidarmos com os problemas que enfrentamos ao longo da vida.


E por fim, para concluir a coluna deste mês, não poderia deixar de citar uma pessoa que faz parte do nosso mundo, o mundo dos leitores.


Florence, oh querida Florence... Nossa jovem personagem presente no livro A Menina que não Sabia Ler. Florence, como quem já leu sabe, vivia perambulando pela sinistra casa onde morava e durante um de seus “passeios” pelos corredores encontra uma antiga biblioteca e aos poucos começa a aprender a ler, mesmo que seu tão misterioso tio a proíba. De forma simples, essa jovem nos conquista e nos leva a seu mundo repleto de imaginação ou será que é tudo verdade?!




Por hoje é só.

Até mais pessoal!



9 de agosto de 2013

[Resenha dupla] Bruxos e Bruxas, James Patterson

Natalia: James Patterson me desaponta novamente. Acho que esta não seria a frase mais adequada para começar esta resenha, mas de qualquer forma resolvi colocá-la. Não me julguem, estou apenas dando a minha opinião. Até o momento eu tinha lido apenas Private, este, confesso não foi uma leitura na qual eu pudesse firmar a boa fama de James Patterson e assim que chegou o livro Bruxos e Bruxas resolvi dar uma nova chance para o autor.

Mikaelle: Bruxos e Bruxas é um livro escrito por James Patterson que mostra uma nova geração de bruxos e feitiços, mas que são perseguidos, torturados e mortos pela Nova Ordem, comandada pelo O Único Que É o Único.

Os irmãos Wisty e Whit são surpreendidos no meio da noite enquanto dormiam por dois guardas da N.O e levados em um furgão para o Reformatório da Nova Ordem, totalmente desconhecido para eles, apenas com o direito de levarem dois pertences que seus pais lhes deram: uma baqueta e um diário vazio.

Natalia: Whitford e Wisteria Allgood (eles são irmãos. Deu para perceber, né?) são levados pela Nova Ordem acusados de bruxaria, mas eles não faziam ideia de onde teria surgido essa tal acusação. De qualquer forma eles foram levados por soldados que cumpriam as ordens da Nova Ordem.

Coisas inexplicáveis começam a acontecer e os irmãos passam a crer que são, de fato, bruxos. Assim essa nova sociedade, a Nova Ordem, para ser mais sincera, passa a temer o casal. Whit e Wisty ficam presos, no que antes era um hospício e que agora era projetado para reter todo tipo de magia. E é a partir daí que eles passam a descobrir o que de fato está acontecendo.

Mikaelle: Enquanto estão na cela, os irmãos aprendem a usar magia de verdade (por mais que digam que lá pode reter todo o tipo de magia) e Whit consegue rever Célia, seu grande amor, mas descobre que ela está na Terra das Sombras como uma meia-luz. Será possível trazer Célia de volta a vida? Os irmãos presenciam cenas de tortura e maldade com as crianças aprisionadas pela Nova Ordem e aos poucos descobrem a função da baqueta e do diário, sendo objetos significativos e totalmente necessários para eles.

Ao longo dessa aventura eles descobrem inúmeras traições e os planos passam por alterações imprevistas. Que missão era essa? Será que foi bem sucedida? Quais são os planos e que alterações sofreram? Onde estão os pais de Wisty e Whit?

Natalia: A Nova Ordem é a sociedade do futuro, por assim dizer. Onde TVs, livros e internet são proibidos. Governada por O Único Que é O Único (achei isso meio brega ¬¬’) e que segue uma rígida ditadura.

Como havia mencionado no início desta resenha, me decepcionei com a narrativa, não por completa, mas fiquei desapontada. Criei um mundo “quase” semelhante ao que James Patterson transmitiu nesse livro, só que o meu mundo estava no passado e este está no futuro. De fato, Patterson surpreendeu ao trazer, desta vez, um livro que tratasse sobre os bruxos e um futuro onde a sociedade seria governada sob uma nova (ou antiga) forma de governo, mas que tem medo dos jovens. O que faltou, a meu ver, foi haver um intenso aprofundamento na estória para que houvesse uma solidez na sua narrativa

Mikaelle: O livro tem capítulos muito curtos e uma linguagem de fácil entendimento. Particularmente, não achei um bom livro, pois não foi muito atrativo tampouco despertou minha curiosidade, sendo assim não me deixou ávida para a leitura do próximo livro da série. O livro possui uma temática ótima, mas fora pouco desenvolvida.

Natalia: A narrativa de Whitford e Wisteria é bastante jovial, com gírias e tudo mais. Uma pena que a narrativa tenha me decepcionado tanto. A minha leitura foi superficial, houve poucos os acontecimentos dos quais pudesse ocorrer uma intensidade na estória. James deveria deixar mais explícito o que, de fato, aconteceu para que a NOVA ORDEM dominasse a sociedade.

Trechos:

Mikaelle: Um das coisas mais assustadoras do mundo, que você nunca quer ver na vida, são seus pais indefesos e de olhos arregalados, com medo de verdade. Página 22

Natalia: Então, tudo bem por aí, onde quer que você esteja? Escute, por favor: viva o momento, não se preocupe com o que vai acontecer depois. É o seu cérebro, a sua vida, a sua atitude... Vai lá e encha a sua vida de visões e sons e ideias que são maiores que você. A história já nos contou, isso sem falar na realidade doida agora, o que pode acontecer se simplesmente ficarmos quietos e fizermos apenas o que as outras pessoas mandam. Página 272

Até a próxima!

 

e





3 de agosto de 2013

2 anos do blog Entre Livros e Livros


Ainda procuro palavras para descrever o quanto é gratificante ver o quanto o blog evoluiu, por seus 2 anos. O ELL proporcionou imensas conquistas, conheci pessoas novas e que se tornaram meus amigos, vários parceiros, tanto editoras quanto autores, que foram bastante simpáticos.

É perceptível que o blog ande desatualizado e tals e que já havia prometido que iria atualizá-lo, mas como muitos sabem vida de estudante não é fácil e manter o ritmo de postagens e leituras acaba se tornando escasso. Fico triste com isso, sério. Mas às vezes é impossível mantê-lo atualizado.  


Mudando de assunto, agradeço a todos que sempre comentam, seguem para as editoras que acreditam no trabalho que o blog faz aos autores também que com um carinho abraçam os blogueiros. No mais, é isso, foram poucas palavras, mas foram significativas. Logo mais haverá algumas surpresas para celebrar esta data.