5 de março de 2014

[Comentários] Um gato, Bob, e o mundo pelos seus olhos.



Quem ainda não ouviu falar naquele gato laranja tão famoso? O Bob?! Pois é, o gato que é o imã das pessoas também fez com que eu, Natalia, e a colunista, Mikaelle, também se apaixonassem por ele e pela narrativa cativante de James Bowen

A finalidade da publicação é apresentar para vocês de forma simples nossos comentários acerca dos dois livros já publicados pela editora Novo Conceito e que tem como foco a amizade de James com o gato Bob. Caso você sinta interesse em ler um dos livros e não o outro, fique a vontade. Eles são livros independentes.

Primeiramente o que sabemos sobre eles?

James é um viciado em drogas que está em recuperação. Trabalha nas ruas de Londres tocando sua guitarra para que possa se sustentar. Longe da família e com poucos amigos, James mora em um alojamento. Com o pouco que tem dá para levar sua vida simples. Até que um dia ele encontra o gato laranja e o chama de Bob. James não sabia que Bob poderia mudar tanto a sua vida.

É diante dessa breve sinopse que partimos para nossos comentários sobre os livros. 

Natalia: Logo em Um gato de rua chamado Bob temos a história de James, que como já citado anteriormente é um dependente químico em fase de recuperação. James, nosso narrador, nos apresenta a seu mundo. O mundo das drogas. É perceptível que não é só com ele que isso aconteceu, mas com vários outros jovens que passaram e ainda passam por problemas semelhantes. Essa triste realidade se altera quando ele encontra Bob e sua vida muda completamente de rumo.

As alegrias e as tristezas passadas pelo dono e o animal são constantes ao longo da narrativa. Para quem não possui um animal de estimação, como eu, acaba percebendo a proximidade e a familiaridade que um animal de estimação pode ter com seu dono. Para James que vivia só, Bob se transformou em sua família. O amor entre os dois é ainda mais bonito.  Como pai e filho.  Com o tempo Bob não cativa somente a James, mas também a várias pessoas que passam pela vida dos dois, inclusive nós leitores.


... Não sei por que, mas a responsabilidade de cuidar dele blindou-me um pouco. Senti como se tivesse um propósito extra em minha vida, algo de positivo a fazer por alguém – ou por um animal – além de mim mesmo... Pág. 25



... Os gatos são notoriamente exigentes a respeito de quem eles gostam. Se um gato não gosta do dono, ele sai e encontra outro. Gatos fazem isso o tempo todo. Eles vão embora e passam a viver com outra família. Ver-me com meu gato suavizou-me aos olhos das pessoas. Ele me humanizou. Especialmente depois de eu ter sido tão desumanizado. De certa forma, ele estava devolvendo minha identidade. Eu tinha sido uma não pessoa; e estava me tornando uma pessoa novamente... Pág 84


Mikaelle: O Mundo aos Olhos de Bob me fez ver os animais e a realidade dos moradores de rua e drogados de outra forma. James Bowen fez um bom trabalho e, francamente, tive vontade de adotar um animal. O livro é instigante (li em um dia) e estimula o lado crítico das pessoas. Gostei bastante, pois além de mostrar a realidade nas ruas, também expõe o amor, a fidelidade e a superação que Bob proporcionou a James.

James expõe no livro como é possível ser feliz com as pequenas coisas, como Bob mudou sua vida e como são fortes os laços criados com seu gato que o mesmo se designa como almas gêmeas. Afinal, James e Bob dão sentido a uma antiga frase: feitos um para o outro. Recomendo.


... Eu sabia que era sortudo. Há um velho ditado que diz que o homem sábio não chora pelas coisas que não tem, mas agradece pelas que possui... Pág. 14



... Eu sempre dizia que éramos parceiros, que precisávamos um do outro igualmente. Lá no fundo, eu não acreditava que isso fosse realmente verdade. A sensação era de que eu precisava mais dele do que ele de mim... Pág. 71



Até a próxima!

1 de março de 2014

[E aí, como foi o filme?!] Bonequinha de Luxo


O filme de Blake Edwards, baseado no livro de Truman Capote, Bonequinha de Luxo, é um verdadeiro clássico romântico que inspira emoções e conta com as atuações mais que brilhantes de Audrey Hepburn – considerada a terceira maior lenda feminina do cinema – e George Peppard. A história, romanticamente bonita e divertida, é vencedora de dois oscars – Melhor Canção e Melhor Trilha Sonora Filme Dramático ou Comédia – e mostra-se atemporal: um amor em circunstâncias nada convencionais e com uma carga de dramaticidade e comicidade que te leva de risos a lágrimas em questão de minutos... Bonequinha de Luxo merece mesmo ser apreciado e visto por todo bom amante de cinema.


A história gira em torno da ‘garota de programa de luxo’, Holly Golightly (a Audrey) e todo o seu mundo utópico glamoroso: todos os dias cinzentos e tristes, ou até azuis e alegres, ela vai à joalheria Tiffany’s, se inspirar e admirar aquele mundo que para ela é tão distante quanto parece. Holly caminha pelos becos tortuosos da ambição e trilha um caminho muito peculiar de vivência com o seu gato. A mocinha inocente (ou nem tanto assim) parece viver bem até onde lhe é possível... Até conhecer um vizinho que mudaria completamente sua maneira de enxergar a vida.


O vizinho é um escritor nem um pouco famoso e vive segundo o dinheiro de sua amante. Ele é Paul Varjak (o George) e é repentinamente atraído pela mescla de inocência e futilidade que parecem reger a vida de Holly. O que Holly não sabia era que ele, que era muito parecido com seu irmão, se tornaria o homem mais que perfeito e que juntos, eles viveriam uma história que ganharia o mundo e se tornaria tão querida e aclamada quanto Bonequinha de Luxo é.


O filme parece vaguear pelos campos da dramaticidade, sem perder o lado cômico e sem cair na monotonia de uma história de amor boba e superficial. Na verdade, acho que é essa mistura louca de tudo que o faz inovador e encanta a todos – ou a maioria – dos seus espectadores: mesmo datando da década de 60, mais precisamente 1961, a história de Holly e Paul é simplesmente adorável, delicado e cheio de ingredientes que talvez o enquadrem em uma boa comédia romântica.


A trilha sonora do filme é um encanto a parte – o que já era de se esperar pelo prêmio merecidamente ganho. Audrey Hepburn dedilha e canta ‘Moon River’ de uma forma tão pura que você, mero espectador, talvez se pegue segurando uma lágrima aqui outra ali. A cena é particularmente uma das minhas favoritas, porque além de revelar toda a beleza e tristeza de uma personagem forte como a Holly, revela também uma Audrey cantora que me deixou com um sorriso bobo e uma admiração ainda maior que vai além de sua brilhante interpretação.

Taí a Dica: assistam Bonequinha de Luxo. Encantem-se e emocionem-se com a história de Holly. Deixem-se levar pelos embalados de uma história de encontros, desencontros e de um amor que te fará sorrir por ser perceptivelmente verdadeiro e excepcionalmente melodramático e encantador. Eu amei!