26 de maio de 2013

[Resenha] Lisbela e o Prisioneiro, Osman lins


[...] Mas quem é neste mundo, Jaborandi, que pode lá julgar o seu semelhante? [...]

Às vezes as bibliotecas das escolas possuem obras magníficas, mas que nem sempre são valorizadas. Livros completamente novos, que você tem orgulho de pegar e cheirar (eu tenho essa mania). E foi recentemente que eu pude entrar na biblioteca da escola e procurar por um livro para ler – porque meu professor pediu – e encontrar o livro Lisbela e o Prisioneiro. Não imaginei que esse título também pudesse estar contido em um livro, mas assim foi.

Somos apresentados primeiramente a uma cadeia e é nela que irá se passar quase todos os conflitos que estão por vir. Nesta cadeia há alguns presos que interagem com os guardas. Tenente Guedes, o delegado da cadeia busca por ordem no seu local de trabalho, mas que nem sempre isso acontece. Lisbela, sua querida filha está noiva de Dr. Noêmio, um advogadozinho de meia tigela, magrelo e vegetariano. Nesse mesmo enredo ainda há Leléu, um pegador de mulher que vive trocando de nome e cidade. Há também outros personagens que surgem ao longo de todo o texto. Vitória de Santo Antão vira de cabeça para baixo depois de todos os problemas e loucuras que acontecem nela.

[...] Cabra safado não serve para morrer, só serve pra apanhar [...]

Osman Lins utiliza do palavreado que o povo nordestino tem e isso facilita e acelera a leitura do livro. Esta obra é dividida em três atos, além de possuir um pequeno relato de como ocorrerá à cena, já que a cadeia é o lugar onde se pass
a todo o enredo, e logo após há apenas as falas dos personagens, ou seja, é uma peça teatral transcrita para as folhas de um livro.

Quando falam Lisbela e o Prisioneiro boa parte das pessoas pensam apenas no filme que foi lançado há um tempo. Mas primeiramente essa obra foi uma peça teatral escrita por Osman Lins e que fez bastante sucesso, logo após houve a criação do filme. Durante a leitura o que não falta é a famosa pitada de humor, mas a narrativa não busca apenas transmitir para o leitor o humor, mas também o jeito de viver de várias pessoas, além do cotidiano das cidades pequenas. Ler esta peça foi uma experiência ótima, para àqueles que têm ou acha interessante esse tipo de escrita não deixem de ler Lisbela e o Prisioneiro.


Até a próxima!


18 de maio de 2013

Lançamentos do mês

Neste mês as editoras capricharam nos lançamentos. Vamos conferir alguns deles?!




Judd Foxman pode reclamar de tudo na vida, menos de tédio. Em questão de dias, ele descobriu que a esposa o traía com seu chefe, viu seu casamento ruir e perdeu o emprego. Para completar, seu pai teve a brilhante ideia de morrer. Embora essa seja uma notícia triste, terrível mesmo é seu último desejo: que a família se reúna e cumpra sete dias de luto, seguindo os preceitos da religião judaica. [...] Leia mais 




Kate Moore é uma mãe que trabalha fora e luta para equilibrar as despesas e o orçamento, criar os filhos, manter viva a chama do casamento... e guardar um segredo cada vez mais difícil de suportar. Por isso, quando seu marido, Dexter, recebe uma proposta de emprego em Luxemburgo, ela agarra a chance de deixar para trás sua vida dupla e recomeçar do zero longe de Washington. [...] Leia mais 


No meio da noite, o renomado simbologista Robert Langdon acorda de um pesadelo, num hospital. Desorientado e com um ferimento à bala na cabeça, ele não tem a menor ideia de como foi parar ali. Ao olhar pela janela e reconhecer a silhueta do Palazzo Vecchio, em Florença, Langdon tem um choque. Ele nem se lembra de ter deixado os Estados Unidos. Na verdade, não tem nenhuma recordação das últimas 36 horas. [...] Leia mais 


Após o desaparecimento repentino de seu pai, Gabriella Mondini enfrenta uma crise: sem o seu aconselhamento, ela não pode mais praticar a medicina. Então, junto de seus dois fiéis servos, Olmina e Lorenzo, ela explora toda a Europa para descobrir para onde — e por que — ele se foi. [...] Leia mais 



A policial Tessa Leoni matou seu marido, Brian Darby, em legítima defesa. A arma do crime está à vista de todos e os hematomas no corpo de Tessa confirmam a ocorrência. A policial também não fez questão de fugir, ou de arrumar qualquer justificativa para explicar aquele corpo estendido no chão da cozinha, portanto, aparentemente, o que a investigadora D.D.Warren tem à sua frente é o desfecho de uma briga doméstica. Um caso simples. […] Leia mais 



A recessão econômica obriga Clay Jannon, um web-designerdesempregado, a aceitar trabalho em uma livraria 24 horas. A livraria do Mr. Penumbra — um homenzinho estranho com cara de gnomo. [...] Leia mai


Kaelyn acaba de ver o melhor amigo partir. Ela tem dezesseis anos e voltou agora para a ilha onde nasceu, depois de um período morando no continente; ele está fazendo o caminho inverso, para estudar fora. O que sentem um pelo outro não está muito claro, ela o deixou ir embora sem nem mesmo dizer adeus, e a última coisa que passa por sua cabeça é nunca mais vê-lo. Mas, pouco tempo depois, isso está bem perto de acontecer. [...] Leia mais



Meredith e Nina Whiston são tão diferentes quanto duas irmãs podem ser. Uma ficou em casa para cuidar dos filhos e da família. A outra seguiu seus sonhos e viajou o mundo para tornar-se uma fotojornalista famosa. No entanto, com a doença de seu amado pai, as irmãs encontram-se novamente, agora ao lado de sua fria mãe, Anya, que, mesmo nesta situação, não consegue oferecer qualquer conforto às filhas. [...] Leia mais 

8 de maio de 2013

[Resenha] Proteja-me, Juliette Fay


Olá leitores. Tudo bem?
Esta é a minha primeira resenha aqui no blog e espero que gostem! O primeiro livro resenhado por mim é Proteja-me, vamos conferir?!

O livro Proteja-me, da autora Juliette Fay, nos mostra a vida de Janie com seus dois filhos, Carly e Dylan, após a morte de Robby, seu marido.

Janie passa por um momento difícil onde todos que ela ama, inclusive sua mãe, a abandona quando ela mais precisa. Mas isso não acontece por acaso. A solidão de Janie faz com que ela conheça pessoas que nunca imaginava conhecer e são elas que irão fazer toda a diferença em sua vida.

Tentando se recuperar da perda de seu marido, Janie se aproxima de sua vizinha Shelly que a ajuda com as contas e descobre que Robby havia fechado um contrato com um empreiteiro para a construção de uma varanda, o grande sonho do casal. A tia Jude, sempre preocupada com a vida da sobrinha, propõe a visita frequente do padre Jake para tentar ajudá-la a encontrar um novo rumo para a vida dela. Janie recebe a visita do empreiteiro Tug para a construção da varanda. Ao longo da obra, Tug torna-se um amigo para ela e para as crianças, assim como padre Jake.

Padre Jake revela segredos de seu passado para Janie e torna-se uma pessoa indispensável e insubstituível na vida dela. Os sentimentos de Janie por Jake e Tug se modificam e os caminhos e as lições da vida a faz perceber quem realmente é essencial e importa-se com ela.

O livro possui uma escrita de fácil entendimento possibilitando uma melhor compreensão, a capa do livro trata de nos apresentar de início a superação de Janie, mesmo após muitas decepções. Seus capítulos são consideravelmente compridos, tendo em média dez páginas cada. É importante ressaltar que o livro contém receitas de família e que elas estão presentes no decorrer do livro.

Eu gostei bastante dele, pois além de ser uma bela estória de superação nos deixa um aprendizado muito importante. Com uma leitura envolvente, Proteja-me nos instiga a desfrutar cada vez mais desse belo romance. Eu recomendo!

Janie notou seu pulso acelerar quando o viu, algo que vinha acontecendo nas últimas semanas, mas ela propositalmente vinha ignorando. Pág 184

 Abraços e até a próxima!

4 de maio de 2013

Entrevista com Jowilton Amaral da Costa


Este mês há uma entrevista, mas esta pode ser para alguns como mais uma entrevista que o blog fez,mas para mim, não. Primeiro porque o autor entrevistado é sergipano e segundo ele é meu vizinho de município, e isso é bastante gratificante diante da imensa falta de incentivo à leitura no estado de Sergipe, espero que vocês curtam a entrevista como eu também curti/curto. O entrevistado desta vez é Jowilton Amaral da Costa, ele é dentista e como o próprio diz “quando o dentista não trabalha, o escritor dá o ar de sua graça e labuta.” Vamos conferir a entrevista?!


             
Como surgiu o seu interesse pela escrita?
    
Meu interesse em escrever surgiu depois que eu li um livro chamado “Feliz Ano Novo” de Rubem Fonseca, eu devia ter dezoito anos. Esse livro foi um dos primeiros que eu li na transição entre os livros juvenis, que li bastante, principalmente os da série Vagalume, e os livros mais adultos. Eu já tinha lido um livro antes, do próprio Rubem Fonseca, chamado “Vastas Emoções E Pensamentos Imperfeitos”, durante esta transição, entretanto, foi com “Feliz Ano Novo” que comecei realmente a pensar em escrever. Este livro foi censurado por muitos anos no Brasil. A linguagem usada pelo Rubem, tão comum e cotidiana, misturada com sua crítica social e sua fria violência realista, me arrebatou, fiquei de cara, como se diz na gíria. Além do mais o Rubem Fonseca possui uma erudição impressionante, que ele usa e abusa em seus contos e romances, isso também me chamou a atenção. Contudo, só fui começar a escrever quando já tinha quase trinta anos e mesmo assim durou pouco tempo, rabisquei alguns contos em folhas de papel almaço, que não dei continuidade. Fiquei sem escrever por muitos anos e retornei em 2010, dezembro de 2010, com trinta e sete anos, e de lá pra cá não parei mais. Penso que morar em Nossa Senhora de Lourdes-SE e ter meu consultório acoplado a casa que eu moro, sou Cirurgião-Dentista, contribuiu muito no ato de escrever, tem dias que não aparece ninguém para atender, e esses dias são os mais proveitosos para a escrita, quando o dentista não trabalha, o escritor dá o ar de sua graça e labuta. Tenho alguns contos publicados; “Com A Benção De Deus” na antologia de contos policiais “Os Matadores Mais Cruéis Que Conheci (OMMCQC)” e “O Diário De Um Soldado Colérico” no livro “Contos Medonhos”, ambos lançados pela Editora Multifoco Sul, e tem um terceiro conto que logo será publicado, também pela Editora Multifoco Sul, no livro “The King”, que será uma coletânea de contos, em dois volumes, em Homenagem ao mestre do terror Stephen King. O meu conto “O Amaldiçoado G. T. Sullivam” será publicado no volume I.  Outros dois contos meus foram publicados na Revista Literária Flores Do Mal, organizada pelo Círculo Literário Analítico Experimental (CLAE), na nona edição foi publicado o conto “Vocação” e na décima edição o conto “Molares”; os dois são contos de terror. Também tenho outros contos concorrendo em seletivas por várias editoras do Brasil, e posto contos nos sites Recanto das Letras e Autores, além de participar de vários grupos de escritores no facebook.

 E a sua inspiração para criar os seus contos?
     
Bem, falar de inspiração é difícil. Escrever não é mediúnico como podem pensar; requer disciplina, estudo e esforço. Acho que a inspiração vem de livros, filmes, sonhos, do cotidiano e, principalmente, da vida. A vida com todos os seus mistérios, e seus altos e baixos, talvez seja a maior fonte de inspiração para um escritor. Quando tenho na cabeça o final do conto, o restante vem mais fácil. Normalmente eu fico com uma ideia de um conto na cabeça durante alguns dias, sem colocar no papel, que no caso aqui é a tela do notebook. Fico com aquilo martelando, martelando, até que me sento em frente ao computador e escrevo. Algumas vezes termino no mesmo dia, outras vezes demoro mais tempo. A parte de revisão é a mais demorada. Uma revisão minuciosa é um ponto a mais para o escritor iniciante, e principalmente para quem posta textos na internet. Quando você se autodenomina escritor, o mínimo que os leitores esperam é que você trate bem o português. Um erro aqui outro ali, sempre vai ocorrer, o que não pode acontecer é o escritor ver que está errado e não corrigir. Um conto limpo, arredondado e sem erros graves, é agradável ao leitor. Falando especificamente do conto “O Diário De Um Soldado Colérico”, eu me inspirei em escrevê-lo depois de ler um conto chamado “Um Acontecimento Na Ponte Owl Creek” do estadunidense Ambrose Bierce. O conto narra um enforcamento de um sujeito durante a guerra civil norte-americana. Quando terminei de ler tive a ideia de escrever um conto de terror que teria como tema a Guerra Do Paraguai. Então, inventei um fato extraordinário e aterrorizante que se passa dentro de um acampamento do exército brasileiro durante esta guerra. Parece que o conto agradou.

Ao ler o seu conto, O Diário de um Soldado Colérico, percebi o seu imenso domínio na arte da escrita. Você já pensou, tendo como base esse conto, escrever uma estória?
      
Agradeço muito o elogio, mas, não possuo ainda um imenso domínio na arte da escrita, e é verdade, não é nenhuma falsa modéstia, quem me conhece sabe que não sou tão modesto assim (Hahahahaha). Lembre-se que minha formação é a Odontologia. Eu tenho muitas dúvidas quando escrevo um texto, e por isso tenho uma equipe de amigos revisores, amigos pessoais e virtuais, não vou citá-los, eles saberão que falo deles quando eles lerem a entrevista, que me ajudam muito nas correções e no ritmo dos contos. Eles leem meus escritos antes de serem publicados. E a esses camaradas eu aproveito para agradecer a força, o incentivo e a ajuda. Meus amigos, muito obrigado! E continuando a responder sua pergunta, eu não pretendo escrever nada baseado no conto “O Diário De Um Soldado Colérico”; ele ficará mesmo sendo só um conto, que eu gosto muito, mas só um conto.

Qual a sua opinião sobre o incentivo a leitura no estado de Sergipe?
      
Minha opinião é que o incentivo a leitura aqui em Sergipe é tão precária quanto o de todo o Brasil. O incentivo a leitura é praticamente inexistente no país todo. Eu tenho uma frase que é assim: “A leitura deveria ser como escovar os dentes. A criança tem que ser estimulada desde muito pequena. Ela vai reclamar, vai espernear, vai chorar, mas, com o tempo, se tornará um hábito. Um Hábito essencial para a saúde do intelecto”.  A leitura é essencial ao crescimento intelectual de qualquer pessoa, além de divertir, confortar e emocionar. Talvez se víssemos nos intervalos das novelas, propagandas de livros e não comerciais de grandes empresas de eletrodomésticos, por exemplo, já seria um grande passo. Blogs e sites, como o seu, são também de suma importância para o crescimento do número de leitores, principalmente os mais jovens, que poderão se tornar futuros escritores.  A internet também é um veículo poderoso para esse incentivo. Foi na internet que conheci muitos escritores iniciantes e também conheci o Afobório, hoje o considero um grande amigo, que foi o cara que me convidou para publicar meu primeiro conto.

 Há planos para o lançamento de seu próprio livro?

Sim, tenho planos para um livro só meu! Inclusive, já tenho selecionado alguns contos para o livro, que seguirá a linha do terror e do suspense, com muito sangue esguichando. Tenho também um plano de um romance policial, na verdade uma ficção científica que acontecerá nas ruas de Aracaju. Contudo, isto ainda vai demorar. Quero primeiro me firmar como escritor de contos. Ser reconhecido como um bom contista é a minha ideia principal por enquanto.

 Você possui algum autor ou autores que admira?

 Meus escritores favoritos são: Rubem Fonseca, Machado de Assis, Gabriel Garcia Marques, Charles Bukowski, Fiódor Dostoievski, Edgar Allan Poe, Stephen King (Não necessariamente nesta ordem), entre outros. Eu leio muito, o que cair na minha mão eu leio. Estou lendo agora o livro “O lobo Da Estepe” de Hermann Hesse, um escritor alemão, que provavelmente entrará para os meus favoritos.

 Qual a sua dica para àqueles que pretendem começar a escrever?

 Meu conselho é que leiam muito, muito mesmo, e escrevam bastante e revisem o dobro. E mostrem a cara, postem na internet, em sites de escritores, em grupos do facebook. Quem não se mostra dificilmente será notado.

Eu agradeço imensamente ter te conhecido e ainda por cima descobrir que você é meu vizinho de município, isso é ainda mais gratificante! Desejo-lhe muito sucesso na sua vida profissional.

Gostaria de agradecer a oportunidade que você, Natália, está dando na minha divulgação como escritor. Desta forma as pessoas irão conhecer um pouco mais sobre mim, e sobre essa minha nova empreitada. Vão descobrir que o sonho de ser escritor me acompanha há muito tempo, e não foi apenas um surto de um dentista meio amalucado (huahuahuahua). Também gostaria de dizer que fiquei muito impressionado quando soube da sua idade (15 anos) e que você é de Itabi-SE, minha vizinha. Achei extraordinário que uma menina dedique seu tempo em divulgar livros e resenhá-los, e com ajuda de Mikaelle, que foi minha cliente quando ela tinha seis ou sete anos, e que agora é sua colaboradora (Tô ficando velho mesmo, hahahahaha). Vocês estão de parabéns. Iniciativas como essas deviam ser seguidas por muitos outros. Você é um exemplo. Torço pelo sucesso de vocês e do blog, vida longa para ele. Mais uma vez obrigado e um grande abraço meninas.

1 de maio de 2013

[E aí, como foi o filme?!] Ensaio sobre a Cegueira

Oi galera, tudo bem?! Espero que sim!
E mais uma vez, aqui estou eu com o ‘E aí, como foi o filme?!’. Esse mês resolvi falar sobre um dos melhores filmes que tive a oportunidade de assistir. E me surpreender positivamente com uma história simplesmente...comovente.

‘Ensaio sobre a cegueira’ – que foi baseado em uma obra do José Saramago – é um filme espetacularmente incrível. Em todos os sentidos – atuações, enredo, diálogos – enfim...tudo no filme parece causar no espectador um ar de reflexão, sentimentalismo.
Tudo começou quando um homem fica cego misteriosamente. Não de uma maneira comum, mas de uma hora para outra, e diferentemente de outros portadores da deficiência. A cegueira não parecia comum, pois ao invés da escuridão, o homem começou a enxergar tudo claro, como se todas as luzes estivessem acesas e focalizadas somente nele.
A ‘cegueira branca’ – como foi chamada mais tarde – espalhou-se rápida e misteriosamente pela cidade e pelo estado. Com medo de que a ‘doença’ fosse contagiosa, o Estado isola quem a adquiriu, mantendo-os reclusos, somente dando o necessário.

Um famoso médico contrai a doença. E sua mulher, mesmo que ainda enxergando, fingi-se de cega para acompanhá-lo – porque somente o portador deveria estar na área determinada. Mas por que essa mulher não havia perdido a visão?! Por que mesmo depois de quase todo mundo já estar ‘contaminado’ seus olhos continuavam a enxergar tudo tão perfeitamente?!
A única esperança está depositada nela. E ela estava disposta a lutar por aquelas pessoas.
Mas foi quando o número de ‘contaminados’ começou a crescer discrepantemente, e o prédio designado para mantê-los reclusos não estava mais suportando a superlotação, que começou a divisão entre alas. E  o estado a mandar os alimentos.
Até uma ala resolver pegar os alimentos e cobrar por eles – isso me levou a pensar no quanto mesmo depois de tudo que havia acontecido, e mesmo todos estando perante a mesma situação, algumas pessoas não conseguem ser humanas – que uma guerra interna começou a estabelecer-se. O tal ‘Rei’ obrigou a todos a pagaram, seja através de joias, bens, o que tivesse de valor, para receber a alimentação.
A história é comoventemente triste. A personagem interpretada por Julianne Moore – que é a única que consegue enxergar – é uma pessoa incrível. É simplesmente lindo tudo que ela faz para ajudar aquelas pessoas. E não fazer aquilo somente por sentir-se obrigada, mas por achar que a humanidade poderia sim voltar a enxergar, e por apesar de tudo, fazer aquilo de todo o coração – mesmo que isso significasse ariscar sua vida – é uma coisa que te deixa emocionado.
A ‘cegueira branca’ espalhou-se por todo o estado. Depois de libertar os reclusos, a mulher do médico se vê em um beco sem saída. Porque tudo na cidade está revirado. E ninguém...absolutamente ninguém enxerga, somente ela. Parecia que aquela doença era o princípio de um apocalipse. Onde todos lutavam desesperadamente por comida...mesmo não sabendo onde estava.
O filme traz uma série de acontecimentos que nos fazem refletir sobre diversas coisas. A começar pelo homem que aparentemente tenta ajudar o primeiro a ficar cego, quando na verdade deixa-o perdido e rouba seu carro. É colocado em questão a índole das pessoas – não generalizando – e até que ponto elas vão para tentar se dar bem – mesmo que isso inclua derrubar os outros, e mais que isso, se aproveitar de alguém que havia perdido seu mecanismo de defesa.
Temos também o amor pelo próximo – e não somente atrás da única mulher que ainda consegue enxergar – mas também através dos próprios cegos. Apesar de não conseguirem fazer muita coisa, eles tentam ao máximo ajudarem uns aos outros.
Mas temos também os que mesmo com a problemática, não conseguem manter a humanidade. O que me fez pensar no quanto o que eles fizeram com o próximo foi cruel, repugnante, pavoroso. Não somente por eles serem cegos, mas porque o tal ‘Rei’ também era cego – e mais do que nunca, ele deveria entender as necessidades e limitações dos outros ali. Uma crítica de como muitos vezes os interesses pessoais se sobrepõem aos valores morais.
Acho que a história é um convite para fecharmos nossos olhos e tentar enxergar a humanidade de um jeito diferente. É um clamor para que tentemos enxergar os nossos valores, e antes de mais nada, não ‘olhar somente para o próprio umbigo’.
Se você for assistir ao filme, meu conselho é que não somente assista...mas VEJA. ENXERGUE. Tente tirar a melhor lição que puder dessa história. Porque o filme por si só já apresenta algumas tomadas com a luz esbranquiçada – similar ao modo como os cegos enxergam no filme – convidando-o a ter a experiência...e a fazer a experiência.
Se tem um filme que eu recomendaria a todo mundo – sem restrições – seria ‘Ensaio sobre a cegueira’.
BOM FILME!!!