1 de maio de 2013

[E aí, como foi o filme?!] Ensaio sobre a Cegueira

Oi galera, tudo bem?! Espero que sim!
E mais uma vez, aqui estou eu com o ‘E aí, como foi o filme?!’. Esse mês resolvi falar sobre um dos melhores filmes que tive a oportunidade de assistir. E me surpreender positivamente com uma história simplesmente...comovente.

‘Ensaio sobre a cegueira’ – que foi baseado em uma obra do José Saramago – é um filme espetacularmente incrível. Em todos os sentidos – atuações, enredo, diálogos – enfim...tudo no filme parece causar no espectador um ar de reflexão, sentimentalismo.
Tudo começou quando um homem fica cego misteriosamente. Não de uma maneira comum, mas de uma hora para outra, e diferentemente de outros portadores da deficiência. A cegueira não parecia comum, pois ao invés da escuridão, o homem começou a enxergar tudo claro, como se todas as luzes estivessem acesas e focalizadas somente nele.
A ‘cegueira branca’ – como foi chamada mais tarde – espalhou-se rápida e misteriosamente pela cidade e pelo estado. Com medo de que a ‘doença’ fosse contagiosa, o Estado isola quem a adquiriu, mantendo-os reclusos, somente dando o necessário.

Um famoso médico contrai a doença. E sua mulher, mesmo que ainda enxergando, fingi-se de cega para acompanhá-lo – porque somente o portador deveria estar na área determinada. Mas por que essa mulher não havia perdido a visão?! Por que mesmo depois de quase todo mundo já estar ‘contaminado’ seus olhos continuavam a enxergar tudo tão perfeitamente?!
A única esperança está depositada nela. E ela estava disposta a lutar por aquelas pessoas.
Mas foi quando o número de ‘contaminados’ começou a crescer discrepantemente, e o prédio designado para mantê-los reclusos não estava mais suportando a superlotação, que começou a divisão entre alas. E  o estado a mandar os alimentos.
Até uma ala resolver pegar os alimentos e cobrar por eles – isso me levou a pensar no quanto mesmo depois de tudo que havia acontecido, e mesmo todos estando perante a mesma situação, algumas pessoas não conseguem ser humanas – que uma guerra interna começou a estabelecer-se. O tal ‘Rei’ obrigou a todos a pagaram, seja através de joias, bens, o que tivesse de valor, para receber a alimentação.
A história é comoventemente triste. A personagem interpretada por Julianne Moore – que é a única que consegue enxergar – é uma pessoa incrível. É simplesmente lindo tudo que ela faz para ajudar aquelas pessoas. E não fazer aquilo somente por sentir-se obrigada, mas por achar que a humanidade poderia sim voltar a enxergar, e por apesar de tudo, fazer aquilo de todo o coração – mesmo que isso significasse ariscar sua vida – é uma coisa que te deixa emocionado.
A ‘cegueira branca’ espalhou-se por todo o estado. Depois de libertar os reclusos, a mulher do médico se vê em um beco sem saída. Porque tudo na cidade está revirado. E ninguém...absolutamente ninguém enxerga, somente ela. Parecia que aquela doença era o princípio de um apocalipse. Onde todos lutavam desesperadamente por comida...mesmo não sabendo onde estava.
O filme traz uma série de acontecimentos que nos fazem refletir sobre diversas coisas. A começar pelo homem que aparentemente tenta ajudar o primeiro a ficar cego, quando na verdade deixa-o perdido e rouba seu carro. É colocado em questão a índole das pessoas – não generalizando – e até que ponto elas vão para tentar se dar bem – mesmo que isso inclua derrubar os outros, e mais que isso, se aproveitar de alguém que havia perdido seu mecanismo de defesa.
Temos também o amor pelo próximo – e não somente atrás da única mulher que ainda consegue enxergar – mas também através dos próprios cegos. Apesar de não conseguirem fazer muita coisa, eles tentam ao máximo ajudarem uns aos outros.
Mas temos também os que mesmo com a problemática, não conseguem manter a humanidade. O que me fez pensar no quanto o que eles fizeram com o próximo foi cruel, repugnante, pavoroso. Não somente por eles serem cegos, mas porque o tal ‘Rei’ também era cego – e mais do que nunca, ele deveria entender as necessidades e limitações dos outros ali. Uma crítica de como muitos vezes os interesses pessoais se sobrepõem aos valores morais.
Acho que a história é um convite para fecharmos nossos olhos e tentar enxergar a humanidade de um jeito diferente. É um clamor para que tentemos enxergar os nossos valores, e antes de mais nada, não ‘olhar somente para o próprio umbigo’.
Se você for assistir ao filme, meu conselho é que não somente assista...mas VEJA. ENXERGUE. Tente tirar a melhor lição que puder dessa história. Porque o filme por si só já apresenta algumas tomadas com a luz esbranquiçada – similar ao modo como os cegos enxergam no filme – convidando-o a ter a experiência...e a fazer a experiência.
Se tem um filme que eu recomendaria a todo mundo – sem restrições – seria ‘Ensaio sobre a cegueira’.
BOM FILME!!!
 

 

7 comentários:

  1. acho um excelente filme, Fernando Meirelles continua dirigindo seus filmes com maestria (Cidade de Deus, é uma obra-prima sem igual) e o roteiro é muito bem adaptado do livro de Saramargo e não preciso nem comentar que Julianne Moore como sempre está ótima!

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  2. Sem palavras!!! Sua resenha diz absolutamente tudo que penso a respeito deste filme brilhante.

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  3. Obrigada ♥.♥

    Quero assistir, amei a resenha <3

    Instagram: ferdallan
    http://www.leferblog.com

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  4. Ainda não vi o filme.
    Parece ser muito bom!!
    Bjokass

    http://livrosemarshmallows.blogspot.com.br/

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  5. Já esse filme e posso dizer algo: é tocante. É realmente para não apenas ver e sim refletir. Perfeitas palavras minha querida, recomendo a todos verem. Interpretações e personagens maravilhosos. Grande beijo, muita paz e luz para ti! :*

    Ewerton Lenildo - @Papeldeumlivro
    papeldeumlivro.blogspot.com

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  6. nao li o livro e nem vi o filme. parece ser ótimo e eu aqui perdendo ahahaha

    adorei a dica

    bjos!

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  7. Ótimo filme e excelente livro, apesar dele ter uma dinâmica de escrita diferente do habitual. Indico muito!

    @carlosmagno_ecb
    http://cantinadolivro.blogspot.com.br/

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