Resenha – Corações Feridos

“Duas irmãs. Uma família. Segredos ocultos por trás de uma casa.”

Algumas palavras que resumem bem o livro da Louisa Reid. Estamos imersos em uma narrativa jovem e ao mesmo tempo sofrida, simples e emocionante. Um drama fantástico. Envolvi-me com essa história de uma forma impressionante e a ela ficará para sempre na memória. 

Sabe aquele sentimento de querer intervir em toda a história e mudá-la?! Pois é... senti isso na narrativa toda e só quem leu (eu acho) sabe do que estou me referindo.

Rebecca e Hephizabah são irmãs gêmeas, mas Rebecca possui uma síndrome conhecida como síndrome de Treacher Collins. Essa síndrome afeta o desenvolvimento craniofacial, ou seja, o rosto fica completamente deformado. Filhas de pastor, elas viviam limitadas entre a casa e a igreja. Não iam à escola e nem frenquentavam os típicos lugares que os jovens costumam frequentar. Elas viviam limitadas pelas leis que o pai impunha a elas.

Mas um dia tudo isso mudou. De tanto Hephiz insistir, seu pai as deixam ir para o colégio. Isso para elas, principalmente para Hephiz, significava uma nova vida. Por Rebecca possuir essa síndrome, ela vivia pelos cantos da escola ou atrás de Hephiz e as pessoas olhavam para ela de uma forma diferente. É nessa nova percepção do mundo, que a vida das jovens começa a mudar completamente.

Com uma narrativa feita sob primeira pessoa e intercalada entre Rebecca e Hephizabah percebemos a diferença entre o antes e o depois na vida das jovens. É assim que a narrativa é feita: Hephizabah narra o antes e Rebecca o depois. Ao longo da história as jovens se descobrem, fazem amizades, sofrem.

Além de possuir um enredo maravilhoso, o livro não é muito grande. Sua narrativa é simples e rápida, feita na dosagem certa. Corações Feridos mexeu com os meus sentimentos, me fez acreditar nos fatos expostos e perceber que esses casos realmente acontecem e que nem sempre queremos aceitá-los.

Às vezes é horrível julgar pela capa. Quando eu vi a capa desse livro nem sabia o que imaginar sobre a narrativa, mas foi satisfatório saber o quanto essa historia me surpreendeu, confesso. Louisa soube envolver o leitor de uma forma impressionante e isso é sempre bom, nos envolvermos sem ao menos esperarmos.